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Café en la Terraza | Apuntes de Gente | En este Programa. Caetano Veloso | Programa: Matilde Pacheco | Colección: Literaria | Formato en: Podcast 

Caetano Veloso


1 Abril 2024

Produce: Matilde Pacheco


A dor e a delícia de ser o que somos

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Metropolica Radio

Caetano Emanuel Teles Veloso nació el 7 de agosto de 1942 en la ciudad baiana de Santo Amaro da Purificação, siendo el quinto de los seis hijos del matrimonio entre José Teles Velloso, funcionario público de la Empresa Brasileña de Correos y Telégrafos, y Claudionor Viana Teles Velloso, más conocida como Doña Canô. Desde temprana edad, mostró interés por la pintura y la música, siendo un niño sensible y curioso. Cantaba las canciones que escuchaba en la radio y vivió en Santo Amaro hasta 1960, año en que se trasladó a Salvador.

Durante ese período, pasó un año (1956) en casa de una prima en Río de Janeiro, donde tuvo la oportunidad de presenciar de cerca el mundo encantado de la Radio Nacional, con los artistas que tanto admiraba. Dos eventos principales marcaron su decisión por la música: a los dieciséis años, escuchó en un programa de la Radio Mayrink Veiga la canción "Chega de Saudade" interpretada por Marisa Gata Mansa, y conoció el álbum homónimo de João Gilberto de 1959. Las mayores influencias musicales de esa época fueron algunos cantantes populares, como "el rey del baião" Luiz Gonzaga, así como repertorio de mayor atractivo regional, como sambas de rueda y puntos de candomblé.

En 1961, su interés por la música se intensificó gracias a la Bossa Nova, especialmente por el cantante y guitarrista baiano João Gilberto, y por el cine, gracias al Cinema Novo, especialmente el director Glauber Rocha, también baiano, y por el teatro.

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Caetano escribió críticas de cine para el "Diário de Notícias", cuya sección cultural estaba dirigida por el propio Glauber Rocha.

Aprendió a tocar la guitarra y cantó con su hermana Maria Bethânia en bares de Salvador.

Sus primeros trabajos musicales incluyeron la composición de la banda sonora para la obra teatral "Boca de ouro" del escritor Nelson Rodrigues, en la cual participó Maria Bethânia en 1963, y para la obra "A excepção e a regra" del dramaturgo alemán Bertolt Brecht, dirigida por Álvaro Guimarães.

Desde 1963, siendo estudiante de la Facultad de Filosofía de la Universidad Federal de Bahía, Caetano Veloso estuvo en una clase con otros jóvenes con vocación musical, entre los cuales se encontraba su fiel amigo y compañero Gilberto Gil. A mediados de 1964, Caetano Veloso recibió el encargo de organizar el espectáculo de inauguración del Teatro de Vila Velha. Denominado "Nós, Por Exemplo", incluía a Caetano, Gil, Bethânia, Gal Costa y Tom Zé, entre otros. Esta mezcla de canciones y textos acabó influyendo en la concepción de espectáculos de estructura similar que se realizarían en Río de Janeiro y São Paulo poco después.

En Salvador, conoció a João Gilberto, considerado uno de los artistas más importantes de Brasil y una de las principales influencias en su trayectoria artística.

Abandonó la universidad para acompañar a su hermana Bethânia, llamada a Río de Janeiro para reemplazar a la cantante Nara Leão en el espectáculo "Opinião". Gil, Gal Costa y Tom Zé también se trasladaron al sur de Brasil.

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  Gravou o seu primeiro single com as faixas «Cavaleiro» e «Samba Em Paz», ambas de sua autoria, pela RCA. Pela mesma editora e também em single, Bethânia dá voz a «É De Manhã», um tema do irmão e «Carcará», com um texto retirado de um relatório da Sudene sobre a migração de nordestinos expulsos da terra pela seca e pela fome. «Carcará» foi sucesso instantâneo para a então desconhecida jovem Maria Bethânia, então com 17 anos.

Na segunda metade do ano Caetano Veloso participou com Gil, Gal, Bethânia e Tom Zé, no espectáculo «Arena Canta Bahia», dirigido por Augusto Boal e apresentado no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo.

O seu primeiro LP, registado com Gal Costa, foi «Domingo» em 1967, produzido por Dorival Caymmi, editado pela Philips. «Domingo» tinha uma sonoridade bossa-novista e a ele pertence o primeiro êxito popular da carreira de Caetano Veloso, a canção «Coração vagabundo». O tema «Um dia», do repertório deste álbum, recebeu o prêmio de melhor letra no II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record.

Nesse mesmo ano, foi lançado o seu primeiro LP a solo, «Caetano Veloso», com faixas como «No dia em que vim-me embora», «Tropicália», «Soy loco por ti América», «Superbacana» e «Alegria, Alegria» que, ao som das guitarras eléctricas do grupo argentino Beat Boys, enlouqueceu o terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, em outubro de 1967. Era o início do Tropicalismo, movimento que representou uma grande efervescência na música popular brasileira.

O Tropicalismo ou movimento tropicalista foi uma tendência cultural da segunda metade da década de 1960. Embora a música fosse a sua expressão principal, o Tropicalismo envolveu outras formas de arte como o cinema, o teatro e a poesia. Os sinais distintivos foram as inovações estéticas radicais que mesclavam elementos de manifestações tradicionais da cultura do Brasil, nomeadamente a união do popular com a vanguarda, a fusão das tradições brasileiras com tendências estrangeiras da época, misturando, por exemplo, o baião, o caipira, a música pop e o rock.  

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  O Tropicalismo misturava influências da música popular internacional, em especial dos Beatles, de várias tendências da música autóctone, do cinema de Glauber Rocha, do projeto de arte ambiental de Hélio Oiticica, de onde veio o nome Tropicália, da antropofagia literária de Oswald de Andrade, cuja peça «O rei da vela» acabara de ser ressuscitada por José Celso Martinez Corrêa, da poesia concreta dos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e de Décio Pignatari, intelectuais que se entusiasmaram com o movimento, dando-lhe suporte teórico. A ideia era obter um produto-síntese de todas essas influências para revolucionar a música brasileira, renovando-a e tornando-a mais universal.

O Tropicalismo foi um movimento mais discutido do que praticado, talvez pelo facto de ter ficado em evidência apenas por um curto período (entre Setembro de 1967 e Dezembro de 1968). É inegável, porém, que exerceu alguma influência no trabalho de compositores e cantores, além de contribuir para a amenização de preconceitos como o existente contra os instrumentos eléctricos.

O álbum «Tropicália ou Panis et Circencis» de 1968, foi um disco colectivo que reuniu outros nomes consagrados do movimento, como Nara Leão, Os Mutantes, Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinam, Tom Zé, Gilberto Gil e Gal Costa. A canção «É Proibido Proibir», da autoria de Caetano, originou um dos muitos episódios antológicos da eliminatória do 3.º Festival Internacional da Canção na TV Globo, no Teatro da Universidade Católica em São Paulo, a 15 de setembro de 1968. Vestido com roupa de plástico, acompanhado pelas guitarras distorcidas de Os Mutantes, Caetano Veloso emite de improviso um histórico discurso contra a plateia e o júri. «Vocês não estão entendendo nada!», gritou ele. A canção foi desclassificada, mas editada em single.

Na manhã de 27 de dezembro de 1968, Caetano e Gil foram acordados em São Paulo por agentes da polícia federal que, numa ação muito rápida, os enfiaram numa camioneta e levaram para o Rio de Janeiro sem explicações.  

  Desde o início da sua carreira que Veloso sempre demonstrou uma posição política contestatária, sendo até confundido como um militante de esquerda, ganhando por isso a inimizade da ditadura militar instituída no Brasil de 1964 a 1985. Por esse motivo, as suas canções foram frequentemente censuradas neste período e algumas até banidas. Em 1968, Veloso e Gilberto Gil foram presos, acusados de terem desrespeitado o hino nacional e a bandeira brasileira. Foram levados para o quartel do Exército do Marechal Deodoro, no Rio, e as sua cabeças foram rapadas.

Estiveram encarcerados durante dois meses. Libertados a 19 de Fevereiro de 1969, seguiram para Salvador, onde tiveram de se manter em regime de confinamento, sem aparecer nem dar declarações em público e com a obrigação de apresentação diária na Policia Federal. Em Julho de 1969, após dois espectáculos de despedida no Teatro Castro Alves, nos dias 20 e 21, Caetano e Gil partiram com as suas mulheres, para um exílio na Inglaterra.

Ao contrário de Gilberto Gil, que procurou tirar partido do que lhe oferecia a grande metrópole, para Caetano Veloso a estadia em Londres representou «um sonho obscuro, um período de fraqueza total», conforme declarou no livro «Verdade Tropical». Morando com a mulher, Dedé Gadelha, com quem se casara a 20 de Novembro de 1967, com o casal Gil e Sandra (a irmã de Dedé) e o empresário Guilherme Araújo em Chelsea e, depois, só com Dedé, noutros endereços, procurou passar a maior parte do tempo conversando com os coabitantes e os muitos amigos que o visitavam. Não se interessava muito pela cidade. Para sustento este grupo recebia do Brasil mil e quinhentos dólares mensais, o máximo permitido pela lei, ou seja, 300 dólares para cada um.

De Londres, Caetano enviou artigos para o tabloide carioca «O Pasquim» e canções novas para intérpretes como Gal Costa, Maria Bethânia, Elis Regina, Erasmo Carlos e Roberto Carlos.  

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  Assistiu a um espectáculo dos Rolling Stones. Começou a apresentar-se em palcos ingleses e de outros países da Europa. Editou na Inglaterra o primeiro disco concebido e gravado no exílio, «Caetano Veloso», em 1970, pela etiqueta Famous, da Paramount Records. No repertório, seis canções escritas em inglês e uma recriação de «Asa Branca», de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A gravação deste último tema exprime a profunda tristeza que Caetano vivia por estar longe do seu país.

Em 1972 regressou definitivamente ao Brasil. Em Novembro participou num espectáculo com Chico Buarque e o grupo vocal MPB-4, no Teatro Castro Alves, em Salvador, transformado no LP «Caetano e Chico: Juntos e Ao Vivo», que reconciliou os tropicalistas com a ala política da MPB. A este seguiu-se a gravação de «Araçá Azul» (1973), o quinto álbum de estúdio da carreira solo do cantor, um disco vanguardista que desagradou a muitos e registou recordes de devolução. Em «Verdade Tropical» Caetano dedicou-lhe um capítulo inteiro que termina assim: «a aventura que se iniciou para mim com o Tropicalismo não acabou nunca. Não me causa demasiada estranheza, no entanto, quando ouço dizer que o Araçá Azul marcou o final de uma etapa». Infere-se o término da etapa do Tropicalismo rebelde e sem lei. Já reconhecido como um dos mais talentosos poetas-compositores brasileiros, audacioso, ambíguo às vezes, com especial vocação para a invenção e a experimentação, Caetano prosseguiu a sua carreira em 1975 com a edição dos álbuns «Joia» e «Qualquer coisa».

Projetadas para um álbum duplo, estas gravações acabaram por surgir em discos separados, tendo o segundo vendido o dobro dos exemplares do primeiro.

No ano seguinte, Caetano, Gil, Bethânia e Gal juntaram-se e, com a designação de «Doces Bárbaros», apresentaram-se em digressão nacional, a qual veio a ser um disco e um filme. O artista completou a década num espectáculo com Bethânia, que originou um LP, participou no festival de Arte e Cultura Negra na Nigéria, onde se familiarizou com a Juju music. Gravou os álbuns «Bicho» em 1977, que continha os temas «Odara», «Um índio», «Tigresa» e «Leãozinho» (uma homenagem ao baixista Dadi Carvalho), «Muito - Dentro da Estrela Azulada» em 1979, que apesar dos temas «Sampa» e «Terra», recebeu críticas e vendas negativas e o bem-sucedido «Cinema Transcedental» em 1979, que incluiu «Cajuína» e «Menino do Rio».  

  Na década seguinte, em 1981, o espectáculo «Outra palavras», após ser registado, deu-lhe o primeiro disco de ouro com 100 mil cópias vendidas. No seu repertório estão, além da canção homónima, «Rapte-me camaleão» e «Vera gata» que, respetivamente, homenageiam as actrizes Regina Casé e Vera Zimmerman, suas amigas. Ainda no mesmo ano participou com Gilberto Gil e Maria Bethânia no LP «Brasil», de João Gilberto, o ídolo dos três. Nos anos 80, gravou mais seis álbuns dos quais se destacam «Uns» em 1983, o seu disco preferido com a canção homónima, «Você é linda» e «Eclipse oculto», «Vêlo» em 1984 e «Estrangeiro» em 1989, todos da editora Philips. Embora comercialmente lucrativo, que lhe proporcionou um disco de platina (250 mil cópias), o espectáculo gravado ao vivo «Totalmente demais» de 1986 não é dos mais apreciados pelo artista. Também em 1986 realizou o seu primeiro trabalho cinematográfico, o documentário «Cinema Falado» com entrevistas a diversas personalidades, entre elas Júlio Bressane, Regina Casé, Gilberto Gil, Elza Soares, Lulu Santos, Antônio Cícero, Hamilton Vaz Pereira, Chico Diaz e Dorival Caymmi.

Após terminar o casamento com Dedé, a mãe do seu filho Moreno, casou-se em 1985 com Paula Lavigne, três anos depois de a ter conhecido. Ele tinha 40 anos e ela 13 quando tiveram a primeira relação sexual. Da união nasceram dois filhos: Zeca e Tom. Divorciaram-se em 2004.

Na última década do século XX, Caetano Veloso intercalou as actividades artísticas com a escrita de «Verdade Tropical», uma volumosa autobiografia na qual também explica as suas ideias e experiências, especialmente o Tropicalismo. Este é o seu segundo livro, sendo o primeiro «Alegria, alegria» publicado em 1977, uma coletânea de ensaios sobre cinema escritos na juventude, em Salvador. Os principais discos da década constam, entre outros, «Circuladô» de 1991, «Livro» de 1997, e «Prenda minha» de 1998, com canções da sua autoria, «Fina estampa» de 1994, com repertório hispano-americano, e «Omaggio a Federico e Giulietta» de 1999, ao vivo, expressão da sua admiração por Fellini e sua mulher, que junta canções suas a clássicos das músicas populares italiana e brasileira. Em dupla com Gilberto Gil, lançou também «Tropicália 2» em 1993, um álbum comemorativo dos 25 anos do Tropicalismo. «Uma comemoração enxuta, concentrada, sem a dispersão das grandes homenagens» e que não pretende ser um «repensamento da Tropicália», esclareceu Gil na entrevista para o Jornal do Brasil.

Já no século XXI, gravou o CD «A Foreign Sound» em 2004 com canções em língua inglesa. Nesse mesmo ano foi considerado uma das mais respeitadas e produtivas pop stars latino-americanas no mundo, com mais de cinquenta álbuns publicados, incluindo canções em bandas sonoras de longas-metragens como «Hable con ella», realizado por Pedro Almodóvar em 2002 «Frida», uma biografia de Frida Kahlo realizada por Julie Taymor em 2002, «S. Bernardo» realizado por Leon Hirszman em 1971, com argumento a partir do romance homónimo de Graciliano Ramos, «Lisbela e o Prisioneiro», realizado por Guel Arraes em 2003, «Tieta do Agreste», realizado por Cacá Diegues em 1996, baseado no romance com o mesmo título do escritor Jorge Amado, «A Dama do Lotação», realizado por Neville d’Almeida em 1978 baseado no conto de Nelson Rodrigues, «O Quatrilho», realizado por Fábio Barreto em 1995, «O Coronel e o Lobisomem», realizado por Maurício Farias em 2005, «Orfeu», realizado por Cacá Diegues em 1999, «Proezas do Satanás na Terra do Leva-e-Traz», realizado por Paulo Gil Soares em 1967 ou «Ó Paí, Ó», realizado por Monique Gardenberg em 2007, entre outros.

A discografia de Caetano Veloso compreende 48 álbuns, sendo 29 de estúdio e 19 ao vivo.

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